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Saiba como funciona e o que observar no crédito rotativo do cartão

É muito fácil e prático comprar com o cartão de crédito, não é mesmo? Rapidamente a operação é feita e você só precisa se preocupar com o pagamento no mês seguinte, além da possibilidade de parcelar suas compras ou mesmo acumular milhas nos programas de fidelidade das emissoras dos cartões.

Contudo, na hora que a fatura chega, muitas vezes bate aquele desespero: o que era pra ser uma praticidade pode se transformar em problemas, principalmente se as compras do mês anterior não forem planejadas com cuidado. Nessa hora, muita gente recorre ao chamado crédito rotativo do cartão. Não sabe o que é isso? A gente explica ao longo deste texto. Boa leitura!

O que é crédito rotativo do cartão?

Um cartão de crédito consiste numa linha de crédito disponibilizada pelos bancos aos consumidores. Depois de uma análise, a instituição financeira concede ao cliente um limite, que pode ser usado para compras.

Todos os valores gastos em um determinado período são reunidos numa fatura, que normalmente é mensal. Se essa fatura for paga integralmente, não há cobrança de nenhuma multa ou incidência de juros, e o titular do cartão pode fazer novas compras normalmente.

No entanto, o consumidor não é obrigado a pagar integralmente o valor indicado na fatura. A ele é dada a opção de pagar qualquer valor entre o mínimo e o máximo. O valor mínimo costuma ser estipulado em 15% do total da fatura, mas cada instituição financeira pode adotar limites diferentes.

Quando apenas o mínimo é pago, o montante deixado em aberto naquele mês é refinanciado para o mês seguinte, por meio do chamado crédito rotativo, com a cobrança de juros e multas, conforme estipulado em contrato.

Assim, o crédito rotativo do cartão é uma linha de crédito emergencial disponibilizada pelos bancos para todos os clientes que não fizerem o pagamento integral de sua fatura.

Quer um exemplo? Imagine uma fatura de R$ 800, a qual o responsável não conseguirá pagar integralmente na data marcada. Se ele fizer o pagamento apenas do mínimo (ou seja, R$ 120), o restante (R$ 650) será jogado para a fatura seguinte, com o acréscimo das multas e juros devidos.

Quais são as novas regras de funcionamento do rotativo?

Por muito tempo, um cliente poderia pagar o valor mínimo de várias faturas seguidas, sem qualquer impedimento. Contudo, manter-se no crédito rotativo por muito tempo pode transformar as dívidas em bolas de neve, cada vez mais difíceis de serem quitadas, o que comprometia o orçamento de muita gente e elevava os índices de pessoas com crédito restrito na praça (o famoso nome sujo ou negativado).

Para reverter essa situação e tentar reduzir os problemas causados pelo crédito rotativo, desde abril de 2017 passaram a vigorar novas regras para o funcionamento dessa modalidade de crédito.

Agora, o pagamento mínimo da fatura passou a ser permitido por apenas um mês. Se na fatura seguinte o cliente ainda não tiver como honrar o valor total, o banco será obrigado a parcelar o saldo devedor por meio de uma opção que ofereça juros mais baratos que o crédito rotativo tradicional.

Em junho de 2018, novas mudanças adicionais passaram a valer. Se antes o pagamento do valor mínimo era de 15% da fatura, agora ele é livre, com cada instituição podendo adotar percentuais diferentes, inclusive de acordo com cada cliente e seu histórico de relacionamento com a empresa. Assim, duas pessoas podem ter valores mínimos diferentes, mesmo sendo clientes de um mesmo banco.

Outra mudança vetou a cobrança de taxas diferentes no crédito rotativo para clientes que efetuaram apenas o pagamento mínimo e para aqueles que simplesmente deixaram de pagar a fatura. Nos casos em que nenhum valor for pago, além dos juros, podem ser acrescidos multas e juros de mora (ou seja, por atraso).

Quais cuidados é preciso ter?

Todas essas mudanças têm uma razão: os juros praticados nessa modalidade de crédito estão entre os mais altos do mercado. Para se ter uma ideia, em julho de 2019 o juro médio cobrado de quem não pagasse o valor integral da fatura era de 300,3%. Com taxas tão altas, mesmo dívidas pequenas podem se tornar impagáveis em pouco tempo.

Por isso, só recorra ao crédito rotativo em casos de extrema urgência, ciente de que no mês seguinte será necessário arcar com os valores que não foram pagos na fatura atual. Se isso não for observado, o cliente pode se enrolar com dívidas rapidamente.

Em alguns casos, vale fazer a chamada troca de dívida. Mas, para isso, o consumidor deve ter acesso a outras modalidades de crédito com juros menores e fazer muito bem as contas para ter certeza de que essa opção é vantajosa.

Assim, ele efetua o pagamento da dívida com juros maiores (no caso, o crédito rotativo) e assume a responsabilidade pela quitação do dinheiro emprestado em outra linha que cobre taxas mais amigáveis.

Como evitar ter que recorrer ao crédito rotativo?

De todo modo, algumas dicas de uso responsável podem evitar complicações maiores com o cartão de crédito. A primeira recomendação é acompanhar de perto todos os gastos com o cartão. Hoje isso é bem simples, já que a maioria dos bancos contam com aplicativos que apontam as compras em tempo real. Esse acompanhamento evita surpresas na hora que a fatura chegar.

Outra dica envolve tomar cuidado com as compras parceladas. Por menores que elas sejam, as parcelas podem se acumular e deixar a fatura com valor bem salgado. O ideal é optar sempre pelo pagamento à vista, juntando o dinheiro para realizar seus desejos de consumo. Além de evitar o cartão, essa opção permite negociar descontos.

Para situações mais drásticas, na qual o cartão já compromete a maior fatia do orçamento, a recomendação é manter apenas um cartão, cancelando os demais. Não se esqueça também de ajustar o limite disponível. É comum que o valor para compras disponibilizado pelos bancos seja muito maior que a renda do cliente, o que pode ser uma armadilha para quem não tem tanto controle.

Os cartões de crédito são um meio de pagamento prático e seguro, e isso nunca deve ser ignorado. Contudo, para aproveitar essa comodidade, é preciso ter cuidados, já que o crédito rotativo do cartão e os juros cobrados são capazes de bagunçar sua vida financeira.

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Marcos Junior

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